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terça-feira, 31 de agosto de 2010

Tá Caindo Fulô



Tá Caindo Fulô
Congado – Jequitibá / MG
Lá na rua debaixo, Lá no fundo da horta A polícia me prende, olelê  A Rainha me solta   Ta caindo fulo, eheh  Ta caindo fulo, eh ah Lá do céu, cai na terra  Ai meu Deus, ta caindo fulô Senhor capitão,  Onde me mandar eu vou,  No palácio da rainha, Nasceu um pé de fulô   Ta caindo fulo, eheh  Ta caindo fulo, eh ah  Lá do céu,  cai na terra, eh  Ta caindo fulô Lá na rua debaixo, Lá no fundo da horta A polícia me prende, olelê  A Rainha me solta   Ta caindo fulo, eheh  Ta caindo fulo, eh ah Lá do céu, cai na terra, eh  Ta caindo fulô
 
O Grupo Cantos de Congo têm o propósito de levar para os palcos brasileiros toda magia e encantamento do universo do CONGADO MINEIRO. As apresentações são marcadas pelo entusiasmo e envolvimento do público, que de imediato se identifica com as canções e com o toque do tambor.
Domingo foi dia de ensaio do grupo Cantos de Congo.
Setembro chega trazendo a primavera e tb uma agenda recheada de apresentações do grupo.
Agora, vamos conhecer algumas apresentações do grupo nestes quase cinco anos de existência.
  Fundação Cultural Carlos Drummond de Andrade - 2006

Fotos publicada na revista digital DeFato Online.
 
O Cantos de Congo dando seus primeiros passos buscando resgatar o Congado, as marujadas e folias...
  Bom de ver é quando essa turma se junta...tambores, vozes e viola se misturam, só sai coisa boa de se ouvir....
Apresentação Forró da Deva Automóveis e APAE - 2007  

  

Forró da Deva Automóveis, em parceria com a APAE.

O Cantos de Congo esteve presente e marcou o evento com boa música e energia!!!!!!      

FIAN 2009  

 

 Apresentação do grupo Cantos de Congo na  abertura do Show de Jair Rodrigues, no FIAN 2009 (Festival Itabirano de Artes Negras), numa noite muito bonita na Praça Acrisio de Alvarenga em Itabira/MG.

 

Bjs e até a próxima!

"O sol já vai entrando Vai deixando a claridade  e a luz Coroado despede da igreja  E do menino Jesus Vou descendo rio abaixo  Numa canoa furada Ô Beira Mar,  adeus Dona Adeus Riacho de Areia.”

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Salve Mauricio Tizumba



Sá Rainha
Maurício Tizumba
Sá rainha chamou ê viva, ê viva!
Com chicote na mão: ê viva, ê viva!
Eu não sou de apanhar, eu não sou nego dela
Eu não vou lá, eu não vou lá!
Eu não! Eu não!
Ela vem com conversa de dona,
Mandona mandando a gente trabalhar.
Sei que dói a chibata no lombo,
A canga no ombro pra que que eu vou lá?





Olá amigos do Cantos de Congo!


Salve Maurício Tizumba

Artista preocupado em manter viva a cultura negra, especialmente as várias tradições de origem africana em Minas Gerais, que começou a ser desenvolvida no Brasil desde as primeiras décadas após a chegada dos escravos vindos do continente africano para o país, Maurício Tizumba começou sua carreira trinta e três anos atrás. Como um excepcional apoiador da influência afro nas artes, ele tem trabalhado para manter sua herança africana em seus trabalhos artísticos tais como a música, dança, TV, teatro e cinema. Influenciado por familiares que lutaram para manter viva na cultura brasileira algumas das celebrações africanas tradicionais, Tizumba tornou-se capitão da Guarda de Moçambique, um grupo que celebra o Congado – uma manifestação religiosa de origem africana envolvendo pantomímica que deriva de festivais de coroação africana com elementos europeus e são dedicadas à protetora tradicional dos negros no Brasil, Nossa Senhora do Rosário, e vários santos negros especialmente São Benedito e Santa Efigênia. As celebrações envolvem canto, dança, tambores, procissões de rua, bandas ao vivo e festejos em geral. A origem dessa celebração no Brasil vem do estado de Pernambuco e chegou em Minas Gerais em 1710, o qual tornou-se um dos mais importantes estados na preservação de sua história.
Músico, cantor, ator e compositor, Tizumba é um dos mais populares e completos artistas, com um estilo humorístico que lhe é peculiar, fazendo-o capaz de estabelecer uma relação de sinergia entre a platéia e o artista. Ele possui um carisma surpreendente, que sempre arrebata a atenção do público. Dono de uma técnica típica e sempre original em tudo o que faz é ainda capaz de, mesmo com sua arte multifacetada, ser coerente e persistente às suas crenças. A criatividade ilimitada de Maurício Tizumba torna-o um artista genuinamente brasileiro que pode, também, ser visto como universal devido à sua força, sinceridade e avidez em preservar suas raízes africanas e disseminar sua arte pelo mundo. Com mais de 33 anos de carreira, Mauricio Tizumba vem desenvolvendo importante trabalho na área da cultura negra em Minas Gerais e no Brasil. http://www.tizumba.com/artista.html
Ótimo final de semana para todo mundo!

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Nossa Herança



"Com licença do curiandamba
Com licença do curiacuca
Com licença do sinhô moço
Com licença do dono de terra."




Olá amigos do Cantos de Congo!

 
Nossa herança
A música, a dança e a religiosidade que os negros trouxeram da África serviram de alento para que enfrentassem o trabalho duro nos canaviais e suportassem a dor no tronco e no açoite. Para conter o espírito de revolta do negro, o colonizador branco também permitia danças e cantorias nas senzalas e nos terreiros, sobretudo em dias de festas de santos católicos. Nasce aí o sincretismo religioso que une os cultos afros aos rituais do catolicismo até hoje no Brasil. Com o tempo, alguns ritmos africanos, como o lundu, por exemplo, ganharam outras influências em nossa terra e se transformaram em ritmos genuinamente brasileiros, como são os casos do samba, do chorinho, do coco, do maracatu e de outros sons urbanos modernos.
Porém, são outros batuques que vamos mostrar aqui, neste mosaico da cultura quilombola. Os remanescentes de quilombos ainda preservam vários daqueles ritmos que movimentavam o corpo e a alma do negro escravizado. É uma tradição de matriz africana mais pura, que recebeu menor influência das outras culturas. Assim como no tempo da escravidão, as atuais festas continuam sendo realizadas em dias santos e funcionam como forte elemento de auto-estima para os quilombolas.
"Isso tudo é do tempo do povo africano, né. É tudo da África."
Entre os kalungas, em Goiás, as festas são o momento ideal para a tradicional dança da sussa, que tem o ritmo marcado pelo som de viola, pandeiro, sanfona e tambor, numa mistura entre o sagrado e o profano. Também fazem parte da cultura kalunga as folias de reis e as ladainhas, usadas em rituais de cura de doenças e nas súplicas de proteção divina para um bom dia de trabalho.
MÚSICA: "Canto XI" (Cantos dos Escravos) "Aiô! T´Angananzambê, aiô! Ê calunga qui tom’ ossemá, calunga qui tom’ Anazambi, aiô! Otê! Padre Nosso cum Ave Maria Securo câmera qui t’Angananzambê, aiô."
Nessa mesma linha, os quilombolas de Aguapés, no município gaúcho de Osório, mantém a tradição do maçambique, um folguedo que dura quatro dias e revive a história da rainha Nginga, de Angola, e do rei do Congo. O maçambique é marcado por cânticos religiosos afro-católicos e pelo ritmo duro de tambores e chocalhos, que festejam o fim da escravidão, em 13 de maio, e louvam Nossa Senhora do Rosário, em outubro.
MÚSICA: "Que senzala foi aquela" (Comunidade de Aguapés-RS) "Que senzala foi aquela que o maçambique nasceu? (bis) Foi numa grande senzala que a senhora escolheu..."
O candombe é outro ritual de canto e dança genuinamente africano, de origem banto, ainda cultivado na comunidade quilombola de Mato do Tição, perto da Serra do Cipó, em Minas Gerais. A festa é marcada por rezas, fogueiras e muito batuque de tambores e atabaques.
 MÚSICA: "Ia cacundê iauê" (Candombe/Mato do Tição) "Oi, ia cacundê iauê. Ia qué carcaná na boa lua ... Carnaúva de berajé Ia cacundê iauê."
Já no Quilombo Damásio, na cidade de Guimarães, no Maranhão, o som e a dança do cacuriá e do tambor de crioula sempre ecoam após as novenas e, principalmente, nas festas comunitárias. Aliás, todas as comunidades quilombolas maranhenses estão em festa com o registro do tambor de crioula como patrimônio imaterial da cultura brasileira. A decisão do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional reconhece a importância dessa manifestação cultural que chegou ao Maranhão com os negros jejes vindos do Daomé, atual Benin. No tambor de crioula, três tambores ditam um ritmo frenético, enquanto o coro repete cânticos de temas africanos ou de devoção a São Benedito.
Os quilombolas da região sudeste foram os primeiros a contar com ritmo e dança reconhecidos como patrimônio histórico e cultural. O jongo veio para o Brasil com os negros de Angola e do Congo escravizados nas fazendas de café dos estados do Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais. É uma dança de roda com umbigadas e muitas palmas. Dois tambores marcam o ritmo: o caxambu, de som grave, e o candongueiro, agudo. Ouça um jongo autêntico do Quilombo São José, do município fluminense de Valença, gravado pela ONG Associação Brasil Mestiço.
MÚSICA: "Nasci n’Angola" (Jongo do Quilombo São José)
"Ô gente, nasci n´Angola Angola que me criou Eu sou neto de Moçambique, ô gente... Eu sou negro sim sinhô."
Jongo, tambor de crioula, maçambique, candombe e tantos outros ritmos genuinamente africanos ajudam a manter os laços dos quilombolas com seus antepassados e a embalar a luta de um povo pela preservação de sua história e pela conquista plena de cidadania. É uma cultura que resistiu ao tempo, aos preconceitos e às perseguições, que podem ser sintetizadas nessa "Lenda do Barão Unuoê", contada aqui pelo velho Jair de Siqueira, do Quilombo do Mato do Tição.
"O barão Unuoê era um homem, um fazendeirão que não gostava dos negros, não. Quando houve a liberdade, ele mandou fazer uma fogueira e pôs os instrumentos dos negros tudo no fogo e entrou pra dentro de casa, porque ele não queria ver nem a fumaça dos instrumentos dos negros. Aí a fumaça emborcou pra casa adentro e foi certo pro quarto dele. Ele no quarto fechado e a fumaça queimando a vista dele. Ele não tinha sossego. Aí ele mandou chamar o padre pra comfensar ele. Ele contou para o padre o que ele tinha feito e o padre disse: 'Você que tem que mandar fazer outros instrumentos para dar a esses negros. Enquanto você não fizer...' E ele disse: 'Se for isso, eu mando fazer'. Aí ele mandou fazer oito ternos de instrumentos para os negros, matou boi, matou porco, pôs cachaça lá no terreiro para os negros se divertirem. E assim que os negros foram se divertir, aí o negro velho cantou esse candongo: 'Ê barão Unuoê, barão Unuoê, ê barão é na palma de pontê...' Aí a fumaça sumiu (risos). Isso é do tempo dos negros mesmo, dos africanos."
MÚSICA: "Mãe África" "Oiê, pros meus irmãos de Angola (África) Oiê, pra Moçambique-Congo (África) Oiê, pra toda a nação bantu (África) Oiê, do tempo do quilombo (África) Pelo bastão de Xangô e o caxangá de Oxalá Todo o Brasil pede a bênção de mãe África"
De Brasília, José Carlos Oliveira - RÁDIO CÂMARA

terça-feira, 24 de agosto de 2010

História da Congada

 
 


 Da licença meu senhor,
da licença minha senhora!
O grupo Cantos de Congo tem o prazer de te convidar
pra fazer parte da nossa história!
Vamos contar por aqui tudo que se passa com o grupo
que é unido e bonito e faz um trabalho sério,
resgatando e apresentando pro mundo
nossas raízes culturais.
Vem participar com a gente desta linda aventura.
E pra ficar melhor ainda, 
você pode nos contratar
para apresentar ai na sua cidade
um show bem singular
que , com certeza, vai dar o que 
falar!    
 
     História da Congada    
A congada nasceu no Brasil, de uma dança trazida lá da África. Trata-se de um festejo tipicamente brasileiro, mistura das culturas africana, branca e índia. A congada é um produto urbano por excelência, uma vez que necessita de igrejas para ocorrer.
As congadas, assim como outros rituais de origem negra, constituem verdadeiros autos de resgate da identidade dos povos negros dominados pela cultura branca ocidental. A congada se constitui em sua essência pela espiritualidade advinda de religiões africanas, como os candomblés e a umbanda. Até os instrumentos usados pelos congos também são comuns ao candomblé e à umbanda, sendo todos basicamente instrumentos de percussão. Surgida no Brasil com a vinda forçada de povos africanos de origem banto, oriundos das regiões do Congo (daí o nome congada), Moçambique, Angola, entre outras, a congada é uma manifestação característica da cultura afro-brasileira, que encontrou no sincretismo religioso um meio de resistir ao domínio e à imposição etnocêntrica dos valores culturais e religiosos do homem branco. Com expressões como a congada, os povos negros africanos sustentaram sua fé e sua cultura com a manutenção de seus rituais religiosos e culturais.        
       A forma de preservação da identidade negra e de seus valores culturais foi a assimilação e a incorporação de elementos da religiosidade católica, num processo de reelaboração simbólico-religiosa em que orixás e santos católicos encontraram um espaço de coexistência dentro da senzala. Mas essa não foi uma experiência histórica pacífica, sendo que até hoje os ritos afro-brasileiros esbarram em preconceitos e hostilidades. As congadas não têm uma forma fixa em todas as regiões do país. Também não têm uma data fixa para ser realizada. Isso se deve aos diferentes períodos de colonização e uso de diferentes nacionalidades de negros como mão-de-obra escrava e também a uma presença maior ou menor da influência do poder da Igreja. As congadas são muito expressivas em Minas Gerais e São Paulo. Em Minas, principalmente, devido ao grande número de negros trazidos como escravos durante o Ciclo do Ouro, no século XVIII. Ao longo da história do Brasil ocorreu um sincretismo religioso e cultural complexo – um verdadeiro caldeirão –, que caracteriza a congada e tantas outras manifestações afro-brasileiras não como uma simples assimilação da cultura do outro, imposta como forma de domínio, mas sim como resistência política, por meio da qual é preservado um arcabouço cultural ao mesmo tempo em que se constrói uma outra estrutura cultural, numa nova composição de símbolos e representações, surgindo assim uma nova identidade totalmente particular.        
Referência do texto: Tomaz, Laycer Tomaz. Da Senzala à Capela. Brasília. Ed. Universidade de Brasília, 2000, 128p. Resumido por José Geraldo Pereira Baião.      
Agora
vamos nos despedindo
prometendo em breve voltar
porque o que o grupo mais tem
é história para contar!