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segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Festival Mundial de Artes Negras

Grupo itabirano Cantos de Congo participará do Festival Mundial de Artes Negras
 
 
A cultura negra itabirana será representada no maior festival de artes negras do Planeta, com participação de mais de 80 países
A convite do Governo Brasileiro, através  da Fundação Cultural Palmares, o Grupo "Cantos de Congo" participará da 3ª edição do Festival Mundial de Artes Negras – Fesman 2010, que acontecerá em Dakar no Senegal entre os dia 10 a 31 de dezembro. 
Desta vez pesa sobre os ombros do grupo um compromisso ainda maior, representar nossa cidade, nossa cultura e todo seu legado, nesse, que é sem duvida o maior evento dedicado a cultura negra mundial.

 

Festival Mundial das Artes Negras


O  Fesman é a maior reunião das artes e da cultura negra do mundo. Foi idealizado pelo ex-presidente do Senegal, Léopold Sédar Senghor, na década de 1960, com o tema Significação da Arte Negra pelo Povo e para o Povo. O segundo foi realizado na Nigéria, em 1977, com o tema Civilização Negra e Educação. Este ano, vai homenagear o Brasil, com o tema o Renascimento Africano. Mais de 80 países vão participar do III Fesman. Quatro redes de satélites vão percorrer o mundo inteiro mostrando toda a programação, que será transmitida em cinco idiomas: inglês, francês, espanhol, português e árabe.
  http://blackworldfestival.com/wp/pt-br/

Fonte:Defatonoline

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

DIA NACIONAL DA CONSCIÊNCIA NEGRA


O Dia da Consciência Negra é uma data para a reflexão de todos nós brasileiros. Durante o período da escravidão, os negros sofreram inúmeras injustiças. E ás custas do seu sofrimento nas senzalas, nos campos e nas cidades, foi erguido tudo o que havia no Brasil daquela época. Os negros resistiram de diversas formas, nas muitas revoltas, fugas e com a formação de quilombos em várias partes do país. Assim, surgiu o Quilombo dos Palmares e o seu sonho de liberdade, que teve como principal líder Zumbi.
Veio a Abolição em 1888, o Brasil mudou e hoje é uma das maiores economias do mundo. No entanto, os negros continuaram em situação de desigualdade, ocupando as funções menos qualificadas no mercado de trabalho, sem acesso às terras ancestralmente ocupadas no campo, e na condição de maiores agentes e vítimas da violência nas periferias das grandes cidades. Sua luta, inspirada em Zumbi e em outros heróis negros que tombaram ao longo do caminho, precisava continuar.
Zumbi foi morto em 20 de novembro de 1695, e seu corpo foi exibido em praça pública para semear o medo entre os escravos e impedir novas revoltas e fugas. Mas o efeito foi oposto, despertando em muitos a consciência de que era preciso lutar contra a escravidão e as desigualdades, como Zumbi ousou fazer. A memória deste herói nacional, no Dia da Consciência Negra, nos compromete com a construção de uma sociedade na qual todos tenham não apenas a igualdade formal dos direitos, mas a igualdade real das oportunidades.





 Bjs e até a próxima!

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Tambor de Crioula



Mexe, remexe, rebola é tambor de crioula
A ginga descente envolvente é tambor de crioula
É sensualidade pura, não da pra segurar
Faz qualquer tristeza se alegrar

Chega mais pra cá, chega pra sambar
Mostra todo o seu gingado
Faz nego babar, quando rebolar
Quero ver seu requebrado

O Terreiro na palma da mão
De cavaco, tantan, violão
Quero ver ferver...
Quero ver ferver, o tambor de crioula
ê ê ê.. criooula.. criooula.. (crioula)
criooulaaaaa.. criooula



http://www.youtube.com/watch?v=zH1ktOV3l6Y 




O Tambor de Crioula, dança inventada pelos negros que fugiam para o mato, fugindo do regime de escravidão, cantavam e dançavam para se divertir. Hoje é praticada e produzida por descendentes de negros e simpatizantes, incorpora às práticas do catolicismo tradicional e da religiosidade afro-maranhense, mas não é uma dança de cunho exclusivamente religioso, como o Tambor de Mina, com o qual muitas vezes foi confundido.
É, sobretudo uma forma de diversão de uma das classes sociais mais populares, uma expressão de resistência cultural dos negros e de seus descendentes no Maranhão.


São vários os motivos pelos quais se realiza um Tambor de Crioula: pagamento de promessa, festa de aniversário, chegada ou despedida de parente ou amigo, nascimento de uma criança, morte do bumba-meu-boi, carnaval, festa junina, ano novo etc.
No que diz respeito ao pagamento de promessa, o Tambor de Crioula é oferecido ao santo, especialmente à São Benedito, um santo negro, indispensável, na festa de devoção particular, a presença da imagem do santo, colocado num altar, preparado próximo ao local da dança. O santo também participa da dança, sendo em certos momentos carregado nos braços ou colocado na cabeça das mulheres. 


Ainda na dança, destaca-se a presença de vibrantes formas de expressão corporal, apresentadas principalmente pelas mulheres, em movimentos encantadores e harmoniosos, ressaltando cada parte do corpo, como cabeça, ombros, braços, cintura, quadris, pernas e pés. As coreiras (denominação das dançantes) preenchem metade do círculo e a outra metade é ocupada pelos coureiros (tocadores). Dentro da roda, não existe pessoa determinada para iniciar a dança. Entra uma careira de cada vez, enquanto as outras esperam sua vez de entrar. No centro da roda, os movimentos são livres, mais intensos e bem acentuados. Ao entrar, cada coreira mostra seu estilo, sua forma de dançar, de “pungar” outra coreira. 



A punga é muito importante na dança, é vista com respeito, principalmente pelos brincantes mais antigos. Tem vários significados: entre as mulheres, se caracteriza como convite para entrar na roda. Quando a coreira que está dançando no centro da roda e quer ser substituída, avança em direção a outra coreira aplicando-lhe a punga, que, por sua vez, entra na roda para dar continuidade à dança. A punga é dada de várias maneiras: no abdome, nas coxas, no pé da barriga e outros, variando de coreira para coreira. 




O Tambor de Crioula é composto por três tambores: tambor grande (roncador ou rufador), tambor do meio ou meião (socador ou chamador) e o tambor pequeno ou crivador (pererengue ou merengue), sendo feitos de canos ou da mesma qualidade da madeira, a saber: mangue, soró, pau-d`arco, angelim, faveira, mescla etc. O couros dos tambores são esquentados ao redor de uma fogueira, para a afinação correta dos seus próprios tocadores. Há também a matraca, que são dois pedaços de madeira tocada no comprimento do tambor grande.




O Tambor de Crioula é tão antigo quanto a arquitetura das casas e casarões do centro histórico de São Luís.  Até meados da década de 1950, as manifestações culturais no Maranhão eram marginalizadas pela sociedade dominante, sendo a prática delas no espaço urbano proibida pela polícia, que fazia acusações de feitiçaria, pajelança e desordem, evidenciando claramente a ampla difusão de preconceitos da sociedade contra manifestações populares.

 Fonte: FERRETTI, Sérgio Figueiredo. Tambor de Crioula: ritual e espetáculo. São Luís: Comissão Maranhense de Folclore (SECMA) Lithograf, 1995.



Bjs e até a próxima!