Praticado pelos negros no período da escravidão, o Marabaixo é uma dança afro praticada em grupo, numa variedade de ritmos e passos marcados pelo som de tambores que leva o brincante a criar movimentos harmônicos, interagindo consigo mesmo e com os outros.
O movimento representa o orgulho da etnia, que pela sua força simbólica de protesto, de luta e resistência, contribuiu na forma de agir, pensar e ver a cultura afrobrasileira.
No Amapá, o Ciclo do Marabaixo é comemorado todos os anos por grupos organizados que trabalham para manter vivas as tradições da raiz herdada dos ancestrais.
O Governo do Amapá incluiu o ciclo do Marabaixo no calendário oficial de festividades do Estado. O ciclo inicia no segundo sábado de abril e encerra no dia 14 de junho. Durante os dois meses de ciclo, diversos eventos são realizados. Homenagens a Páscoa e ao dia do trabalhador são alguns dos tributos feitos pelos grupos.
Onde qué menino
Onde qué menino
Onde qué cadê com vo lá
Onde qué menino
Onde qué menino
Onde qué cadê com vo lá
A ave de noite vagueia
Procurando encontrar
Uma estrela que clareia
Para me iluminar
Eu já tô velho e cansado
E já não agüento mais
Oh! Menino encantado
Eu venho lhe pedir a paz
Iniciado na música ainda na infância, possui formação autodidata e muito cedo chegou a ter contato com grandes músicos, como o baterista Robertinho Silva e o percussionista Marcos Suzano. Influenciado pelo blues e rock progressivo, mas sem perder as raízes afro-brasileiras, liderou a banda AVONE, trabalho no qual exercitou seu talento enquanto compositor. Mais tarde, fez experimentações na área da MPB ao lado dos violonistas Meliandro Gallinari e Rafael Trapiello e da flautista argentina Andréia Cecília Romero. O quarteto formava o Grupo Pedra de Tucum, que interpretava, além de canções próprias, clássicos da MPB.
Atuou como solista no espetáculo "Fogueira do Divino", assinado por Tavinho Moura e Fernando Brant, ao lado de Sérgio Santos, Marina Machado, Claudia Vale, Alda Resende, Mariana Brant, Toninho Marra, Geovanne Sassá e Santonne Lobato, sob a regência do Maestro Nelson Aires.
Desde 1995, junto com Santonne Lobato e Giovanne Sassá forma a banda Tambolelê, com a qual lançou dois discos e já se apresentou nas principais cidades do Brasil e diversos países das Américas e Europa. Da banda, surgiu o Bloco Oficina Tambolelê, que tem sido um dos grandes destaques em Minas Gerais no trabalho sócio-cultural com jovens de periferias.
Ao lado de Wagner Tiso no Rio de Janeiro, em 2002, viveu uma grande realização em sua carreira como cantor ao interpretar as canções para Chico Rei e Santa Efigênia, anteriormente gravadas por Milton Nascimento. Como um dos compositores mais significativo das novas linhagens da MPB, Sérgio Pererê possui os CDs solos e autorais "Linha de Estrelas" (2005) e "Labidumba" (2008). Admirado por diversos artistas do cenário nacional, já teve suas composições gravadas por Ceumar, Regina Souza, Titane, Eliana Printes, Anthônio e Mauricio Tizumba, além de ser cantado por grandes nomes como João Bosco, Milton Nascimento, Chico César, Vander Lee e Fabiana Cozza, sambista paulistana que gravará canções do compositor no seu próximo disco.
No teatro, Pererê ainda foi ator-cantor nos espetáculos "Besouro, Cordão-de-Ouro" e "Bituca - O Vendedor de Sonhos", em homenagem a Milton Nascimento, ambos dirigidos por João das Neves e que excursionaram por diversas capitais do Brasil.
Foi nos bailes da vida ou num bar
Em troca de pão
Que muita gente boa pôs o pé na profissão
De tocar um instrumento e de cantar
Não importando se quem pagou quis ouvir
Foi assim
Cantar era buscar o caminho
Que vai dar no sol
Tenho comigo as lembranças do que eu era
Para cantar nada era longe tudo tão bom
Até a estrada de terra na boléia de caminhão
Era assim
Com a roupa encharcada e a alma
Repleta de chão
Todo artista tem de ir aonde o povo está
Se for assim, assim será
Cantando me disfarço e não me canso
de viver nem de cantar
Em meados de 2004, Nilton, Luiz e Fabiano, participaram de um encontro na Casa do Braz em Itabira /MG, onde puderam mostrar toda a sensibilidade e emoção de expressar a musicalidade Conga que trazem em suas raízes. E cantaram reisados, folias, catira, oratório e outras músicas. Daí, a idéia torna-se sonho e a realização desse sonho se oficializa nos primeiros passos dessa trajetória. .Em 15 de julho de 2006, nos reunimos com a necessidade de realizar um trabalho que tem como objetivo resgatar e expressar a Cultura do Congado regional nas suas diversas formas de manifestação. Nasce então o Grupo Cantos de Congo de Itabira que tem como idealizadores: Nilton Santos, Luiz Reis, Edson Oliveira e Leonardo Moreira, todos vindos de uma vasta experiência no Congado.Todos os integrantes citados passaram por vários segmentos culturais ligados a música na cidade de Itabira, como por exemplo, a Guarda de marujos São Benedito, a Guarda de marujos Nossa Senhora do Rosário, o Grupo Folclórico Tumbaitá, onde foi adquirida parte da bagagem cultural do grupo.Para a formação do grupo convidamos pessoas que prontamente se dispuseram a trabalhar levantando assim a bandeira do congado e abraçando a causa com muita garra e determinação.
Integrantes do Cantos de Congo
Nilton Santos- voz principal e tambor.
Luís Reis -violão, voz e arranjos e toda parte musical.
Edson Oliveira - voz, tambor e embaixadas.
Leonardo Moreira - voz e percussão.
Rosária Costa - Brilhante soprano, integrante do Coral da FCCDA, com mais de 17 anos de experiência na música erudita e popular.
Cristiana Santos, Aline - dançarinas e coro
Glaydson- (Índio) Puxador dos foles do acordeom.
E as crianças:Joel Reis, Bernardo Santos e Emily, a geração futura do Congado.
Quanto ao repertório do Cantos de Congo:
É voltado para as Folias de Reis, músicas de Domínio Público relacionadas ao Congado, embaixadas, cantigas de Marujada, canções de autores mineiros, mostrando a pluralidade dos rítimos desenvolvidos nessas manifestações.
Agradecimentos
Fernando Reis (Nando) - percussionista com extensa experiência e intimidade com os instrumentos já que passou por várias guardas de marujos, hoje não faz parte do grupo por motivos profissionais.Ineide - grande amiga, deu os primeiros passos junto com o grupo, nos deu força, ajudou a crescer, mas seguiu seu caminho na vida... temos o maior carinho por você.Às nossas madrinhas, Dona Alice e Dona Efigênia, que torcem sempre por nosso sucesso.Ao nosso grande parceiro Júlio Reis (Mancha) que nos deu apoio no início da nossa caminhada.Aos amigos e amigas que sempre acompanham o Cantos de Congo, acreditando na nossa caminhada levando o Congado por esse Brasil afora, inclusive você!
A prática de congado é transmitida de pai para filho, aprende-se de criança, por imitação, vendo e ouvindo dançar e cantar, sendo o Terno de Congado Congo Sainha formado por crianças, jovens, adultos e idosos.
Essa guarda permanece fiel ao seu ritual congadeiro sem abrir mão das indumentárias ou dos instrumentos tradicionais mesmo estando associados a elementos modernos.
O terno relembra o canto tradicional dos primeiros escravos e o modo peculiar de danças dos negros, além de toadas com termos e expressões africanas, referências à escravidão, entoadas em ritmo negro.
Dança de terreiro executada por homens e mulheres postos em roda sem preocupação de formar pares. No centro, fica o solista, “puxando” os cantos e improvisando movimentos constituídos de saltos, volteios, passos miúdos, balanceios. Os instrumentos acompanhantes são dois tambores, feitos de tronco de árvore, cavalos a fogo e recobertos com couro de boi. São denominados Tambu ou Caxambu e Candongueiro. Às vezes aparece uma grande cuíca, feita de tonel de vinho ou cachaça. É chamada Angoma-puíta. As músicas, denominadas “pontos”, são tiradas pelo dançador-solista e respondidas pelo coro dos participantes. O canto inicia com pedidos de licença aos velhos caxambuzeiros desaparecidos e depois se mesclam de simbolismo e enigmas intrincados.